Há algumas
décadas, o consumo de alimentos livres de agrotóxicos parecia algo para poucos,
em razão dos elevados preços, decorrentes da baixa viabilidade de produção.
Esse cenário, contudo, está mudando. A preocupação com a saúde e com o meio
ambiente, a cada dia, impulsiona e faz do mercado orgânico uma excelente
oportunidade de negócio.
Números do
Projeto Organics Brasil apontam que o consumo no setor cresceu 40% no último
ano no país. Em Brasília, de acordo com o Sindiorgânicos, são mais de 150
produtores filiados na cidade. “Aqui no Distrito
Federal, estamos crescendo em ritmo acelerado: cerca de 30% ao ano, acima da
média anual do país, de 20%. E ainda assim a demanda é maior que a oferta. Como
o custo tende a cair, continuaremos atraindo mais consumidores”, avalia o
coordenador de Agroecologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater-DF), Roberto Carneiro.
A estudante
universitária, Marise Góes, sempre morou no interior e cultivava o que
consumia, como frutas, legumes e verduras. Ao se mudar para Brasília, em 2008,
sentiu falta da "comida caseira". "Nessa época, vi no mercado
uns pacotinhos com um selo Orgânico então resolvi levar. Comecei a comprar
esses produtos, pois eu achava muito estranho o gosto, o cheiro, às vezes, até
a textura de alguns alimentos não orgânicos", afirma a universitária que
agora utiliza os orgânicos como parte de sua dieta.
Dentro dessa
filosofia, Rodrigo Leite decidiu abrir um ecomercado há três meses na 303
Norte. Ao entrar no Bioon, os clientes encontram no piso superior da loja,
vestuário, biojoias, objetos de decoração e brinquedos, todos fabricados de
forma orgânica. O térreo é dedicado à alimentação, com exceção para os produtos
de limpeza e os cosméticos.
Há quase um
ano, a Fazenda Malunga instalou um empório com foco nesse
tipo de negócio na 315 Norte. “Estamos há 28 anos no mercado. Começamos nas
feiras, depois passamos a fazer entregas em domicílios, chegamos aos
supermercados e, agora, também atendemos aqui”, conta a gerente da marca, Ana
Catarina Valle. “Só trabalhamos com produtos certificados. Isso
transmite segurança para o cliente, que tem garantia do que está comendo”,
acrescenta.
Segundo o
diretor administrativo da Associação dos Participantes do Mercado de Produtos
Orgânicos de Brasília, o engenheiro agrônomo Hermes Januzzi, “O selo orgânico não só comprova que o produto é livre de agrotóxicos como
indica que foi produzido dentro de um conceito sustentável, incentivando a
agricultura e a economia local, além de exercer um papel social”, explica.
O Empório Espaço Natural, na
714/715 Norte, funciona desde 1994. Há pouco mais de dois anos, abriu outro
ponto no Sudoeste. “É um mercado muito bom, que não para de crescer. Atendemos
um público muito específico, de poder aquisitivo elevado. No entanto, ainda
falta investimento em tecnologia e por isso acabamos ficando suscetíveis às
alterações climáticas. Se chove, por exemplo, não conseguimos comprar
folhagens”, reclama o proprietário Verinaldo Sousa.
Segundo o
coordenador de agroecologia da Emater-DF, o governo brasileiro aplica entre R$
10 e R$ 20 milhões por ano nesse mercado, enquanto a Alemanha, referência no
assunto, investe 80 milhões de euros. “A diferença é enorme, mas ainda assim
estamos crescendo”, enfatiza o coordenador de Agroecologia da Emater, Roberto
Carneiro.
Produto
Seguro
A certificação é o procedimento pelo qual uma terceira parte,
independente, assegura, por escrito, que um produto, processo ou serviço
obedece a determinados requisitos, através da emissão de um certificado. Esse
certificado representa uma garantia de que o produto, processo ou serviço é
diferenciado dos demais. No caso de produtos orgânicos, a certificação é um
instrumento, geralmente apresentado sob a forma de um selo afixado ou impresso
no rótulo ou na embalagem do produto, que garante que os produtos orgânicos
rotulados foram produzidos de acordo com as normas e práticas da agricultura
orgânica.
As agências certificadoras precisam ser credenciadas por um órgão
autorizado que reconheça formalmente que uma pessoa ou organização tem
competência para desenvolver determinados procedimentos técnicos de
fiscalização da produção. No caso de produtos orgânicos, no Brasil, o órgão que
credencia é o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Cabe ao também ao
Ministério da Agricultura acompanhar e fiscalizar os organismos de certificação
que, mediante prévia habilitação do MAPA.
Custo benefício
Para quem
busca por menores preços, as feiras se mostram mais atraentes, com a venda de
orgânicos quase ao mesmo custo dos convencionais nos supermercados. Segundo o diretor
administrativo da Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos
de Brasília, Hermes Januzzi, isso é possível porque, nesses espaços, a venda é
direta ao consumidor, sem intermediários. Uma das feiras mais conhecidas para a
venda de orgânicos está localizada na Ceasa. Lá, segundo Hermes, todos os produtos
são certificados e há muita variedade de hortaliças, tubérculos e até itens
industrializados.
A bancária
Janice Costa, conheceu os produtos orgânicos através de uma amiga que levou morangos
à um café da manha no trabalho. " Estavam lindos e deliciosos e foi numa
época em que estava difícil achar morangos. Quando perguntei, minha amiga me
contou do sítio de uma conhecida dela e que eles vendiam os produtos nessas
feirinhas de entre quadra", comenta Janice que, mesmo fazendo as compras
do mês em hipermercados, compra os produtos orgânicos nas feiras. " Não
acho muito caro, principalmente porque quando se olha pra fruta ela está
madurinha, a gente percebe maior qualidade".
Onde encontrar produtos orgânicos no DF
AGE - Associação de Agricultura Ecológica
Quarta e Sábado (pela manhã)
- 315 norte (ao lado da Igreja Messiânica) Brasília
- 909/709 sul (no Sindicato Rural do DF)
- 112 sul (ao lado da escola Ursinho Feliz) Brasília
- 316 sul (próximo banca de revista)
Sábado (pela manhã)
- Sudoeste EQSW 303/304 (em frente à escola Candanguinho)
- 303 norte (ao lado da Igreja Santo Expedito)
- Empório rural Brazlândia - Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG
- Brazlândia
Domingo (pela manhã)
- Empório rural Brazlândia Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG -
Brazlândia
Espaço Natural
Terça, Quinta e Sábado (pela manhã)
- 315/316 norte (em frente à Igreja Messiânica)
TAO Orgânica
Sábado (pela manhã)
- 108/109 norte (próximo à escola Pedacinho do Céu)
Mercado Orgânico
Quinta e Sábado (pela manhã)
- Mercado Orgânico/CEASA - Cruzeiro-DF
Sábado (pela manhã)
- 315/316 Sul (no espaço do templo Budista)
MOA Internacional
Terça e Sexta (09h às 17h.)
- Sudoeste - Ponto de Distribuição CSW 01 lote 4 Edifício Portal
Master – bloco A loja 1
Segunda a Sexta e Sábado (pela manhã)
- Centro de Agricultura de Produção Natural - DF 180 - KM 19 -
Brazlândia
Grupo de Orgânicos de São Sebastião
Sábado
- Banca orgânica da Feira do Jardim Botânico em frente à ESAF
Quarta e Sábado (pela manhã)
- Atrás do restaurante Girassol – SCLS 409 Bl. B – lj. 15/16 -
Brasília
Grupo Vida e Preservação (GVP) –
Assentamento Colônia I
Terça ( pela manhã)
- INCRA – Palácio do Desenvolvimento - SBN - Brasília
- UnB – Minhocão, Ala norte - Brasília.
Quinta (à tarde)
- Ministério Meio Ambiente, Esplanada dos Ministérios - Brasília.
Grupo Agrofloresta
Quinta-feira (12h ás 18h)
- Parque Estação Biológica – final da Asa Norte, Em frente a
Emater-DF - Brasília
Grupo de orgânicos de Planaltina
Quinta-feira (9h às 16h)
- Ao lado da Adm. Regional - Planaltina
Produtos orgânicos também podem ser encontrados em outros locais
não citados como SUPERMERCADOS, MINIMERCADOS, SACOLÕES.
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