segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cresce mercado de produtos orgânicos no DF


Há algumas décadas, o consumo de alimentos livres de agrotóxicos parecia algo para poucos, em razão dos elevados preços, decorrentes da baixa viabilidade de produção. Esse cenário, contudo, está mudando. A preocupação com a saúde e com o meio ambiente, a cada dia, impulsiona e faz do mercado orgânico uma excelente oportunidade de negócio.
Números do Projeto Organics Brasil apontam que o consumo no setor cresceu 40% no último ano no país. Em Brasília, de acordo com o Sindiorgânicos, são mais de 150 produtores filiados na cidade. “Aqui no Distrito Federal, estamos crescendo em ritmo acelerado: cerca de 30% ao ano, acima da média anual do país, de 20%. E ainda assim a demanda é maior que a oferta. Como o custo tende a cair, continuaremos atraindo mais consumidores”, avalia o coordenador de Agroecologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Roberto Carneiro.
A estudante universitária, Marise Góes, sempre morou no interior e cultivava o que consumia, como frutas, legumes e verduras. Ao se mudar para Brasília, em 2008, sentiu falta da "comida caseira". "Nessa época, vi no mercado uns pacotinhos com um selo Orgânico então resolvi levar. Comecei a comprar esses produtos, pois eu achava muito estranho o gosto, o cheiro, às vezes, até a textura de alguns alimentos não orgânicos", afirma a universitária que agora utiliza os orgânicos como parte de sua dieta.
Resultado de uma produção sem uso de agrotóxicos e que respeita os aspectos ambientais, sociais e culturais, os orgânicos vão além das frutas, verduras, mel, cereais, cosméticos e tecidos produzidos a partir de matérias-primas sem o uso de produtos químicos. Hoje, há artigos para o consumo dos mais variados tipos.
Dentro dessa filosofia, Rodrigo Leite decidiu abrir um ecomercado há três meses na 303 Norte. Ao entrar no Bioon, os clientes encontram no piso superior da loja, vestuário, biojoias, objetos de decoração e brinquedos, todos fabricados de forma orgânica. O térreo é dedicado à alimentação, com exceção para os produtos de limpeza e os cosméticos.
Há quase um ano, a Fazenda Malunga instalou um empório com foco nesse tipo de negócio na 315 Norte. “Estamos há 28 anos no mercado. Começamos nas feiras, depois passamos a fazer entregas em domicílios, chegamos aos supermercados e, agora, também atendemos aqui”, conta a gerente da marca, Ana Catarina Valle. “Só trabalhamos com produtos certificados. Isso transmite segurança para o cliente, que tem garantia do que está comendo”, acrescenta.
Segundo o diretor administrativo da Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos de Brasília, o engenheiro agrônomo Hermes Januzzi, “O selo orgânico não só comprova que o produto é livre de agrotóxicos como indica que foi produzido dentro de um conceito sustentável, incentivando a agricultura e a economia local, além de exercer um papel social”, explica.
O Empório Espaço Natural, na 714/715 Norte, funciona desde 1994. Há pouco mais de dois anos, abriu outro ponto no Sudoeste. “É um mercado muito bom, que não para de crescer. Atendemos um público muito específico, de poder aquisitivo elevado. No entanto, ainda falta investimento em tecnologia e por isso acabamos ficando suscetíveis às alterações climáticas. Se chove, por exemplo, não conseguimos comprar folhagens”, reclama o proprietário Verinaldo Sousa.
Segundo o coordenador de agroecologia da Emater-DF, o governo brasileiro aplica entre R$ 10 e R$ 20 milhões por ano nesse mercado, enquanto a Alemanha, referência no assunto, investe 80 milhões de euros. “A diferença é enorme, mas ainda assim estamos crescendo”, enfatiza o coordenador de Agroecologia da Emater, Roberto Carneiro.

Produto Seguro
A certificação é o procedimento pelo qual uma terceira parte, independente, assegura, por escrito, que um produto, processo ou serviço obedece a determinados requisitos, através da emissão de um certificado. Esse certificado representa uma garantia de que o produto, processo ou serviço é diferenciado dos demais. No caso de produtos orgânicos, a certificação é um instrumento, geralmente apresentado sob a forma de um selo afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto, que garante que os produtos orgânicos rotulados foram produzidos de acordo com as normas e práticas da agricultura orgânica.
As agências certificadoras precisam ser credenciadas por um órgão autorizado que reconheça formalmente que uma pessoa ou organização tem competência para desenvolver determinados procedimentos técnicos de fiscalização da produção. No caso de produtos orgânicos, no Brasil, o órgão que credencia é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Cabe ao também ao Ministério da Agricultura acompanhar e fiscalizar os organismos de certificação que, mediante prévia habilitação do MAPA.
Custo benefício
Para quem busca por menores preços, as feiras se mostram mais atraentes, com a venda de orgânicos quase ao mesmo custo dos convencionais nos supermercados. Segundo o diretor administrativo da Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos de Brasília, Hermes Januzzi, isso é possível porque, nesses espaços, a venda é direta ao consumidor, sem intermediários. Uma das feiras mais conhecidas para a venda de orgânicos está localizada na Ceasa. Lá, segundo Hermes, todos os produtos são certificados e há muita variedade de hortaliças, tubérculos e até itens industrializados.
A bancária Janice Costa, conheceu os produtos orgânicos através de uma amiga que levou morangos à um café da manha no trabalho. " Estavam lindos e deliciosos e foi numa época em que estava difícil achar morangos. Quando perguntei, minha amiga me contou do sítio de uma conhecida dela e que eles vendiam os produtos nessas feirinhas de entre quadra", comenta Janice que, mesmo fazendo as compras do mês em hipermercados, compra os produtos orgânicos nas feiras. " Não acho muito caro, principalmente porque quando se olha pra fruta ela está madurinha, a gente percebe maior qualidade".


Onde encontrar produtos orgânicos no DF

AGE - Associação de Agricultura Ecológica

Quarta e Sábado (pela manhã)
- 315 norte (ao lado da Igreja Messiânica) Brasília
- 909/709 sul (no Sindicato Rural do DF)
- 112 sul (ao lado da escola Ursinho Feliz) Brasília
- 316 sul (próximo banca de revista)

Sábado (pela manhã)
- Sudoeste EQSW 303/304 (em frente à escola Candanguinho)
- 303 norte (ao lado da Igreja Santo Expedito)
- Empório rural Brazlândia - Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG - Brazlândia

Domingo (pela manhã)
- Empório rural Brazlândia Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG - Brazlândia


Espaço Natural

Terça, Quinta e Sábado (pela manhã)
- 315/316 norte (em frente à Igreja Messiânica)

TAO Orgânica

Sábado (pela manhã)
- 108/109 norte (próximo à escola Pedacinho do Céu)

Mercado Orgânico

Quinta e Sábado (pela manhã)
- Mercado Orgânico/CEASA - Cruzeiro-DF

Sábado (pela manhã)
- 315/316 Sul (no espaço do templo Budista)


MOA Internacional

Terça e Sexta (09h às 17h.)
- Sudoeste - Ponto de Distribuição CSW 01 lote 4 Edifício Portal Master – bloco A loja 1

Segunda a Sexta e Sábado (pela manhã)
- Centro de Agricultura de Produção Natural - DF 180 - KM 19 - Brazlândia

Grupo de Orgânicos de São Sebastião

Sábado
- Banca orgânica da Feira do Jardim Botânico em frente à ESAF

Quarta e Sábado (pela manhã)
- Atrás do restaurante Girassol – SCLS 409 Bl. B – lj. 15/16 - Brasília

Grupo Vida e Preservação (GVP) – Assentamento Colônia I

Terça ( pela manhã)
- INCRA – Palácio do Desenvolvimento - SBN - Brasília
- UnB – Minhocão, Ala norte - Brasília.

Quinta (à tarde)
- Ministério Meio Ambiente, Esplanada dos Ministérios - Brasília.

Grupo Agrofloresta

Quinta-feira (12h ás 18h)
- Parque Estação Biológica – final da Asa Norte, Em frente a Emater-DF - Brasília

Grupo de orgânicos de Planaltina

Quinta-feira (9h às 16h)
- Ao lado da Adm. Regional - Planaltina

Produtos orgânicos também podem ser encontrados em outros locais não citados como SUPERMERCADOS, MINIMERCADOS, SACOLÕES.