quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sucos, um alimento para o dia a dia

 

Apesar do aumento no consumo, o brasileiro não trocou o industrializado pelo natural




No Brasil cerca de 90% das pessoas consomem menos legumes, verduras e frutas do que o recomendado pelo Ministério da Saúde (MS) – 400 gramas diários –, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2011. No entanto, o consumo de sucos está em expansão desde 2008. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), o mercado de sucos e néctares de frutas prontos para beber, ou seja, industrializados, tem o dobro da expansão em relação à do consumo de refrigerantes. Embora o aumento no consumo de sucos seja relativo aos industrializados, para alcançar os nutrientes necessários, os sucos devem ser feitos da própria fruta.

Para a nutricionista funcional Larissa Lima, a ingestão dos industrializados não traz muitos benefícios. Uma boa forma de melhorar os hábitos seria substituir os industrializados pelos naturais, feitos na hora. Estes contêm vitaminas, sais minerais e fibras, além de terem caráter complementar na alimentação e na melhora da ingestão de alimentos saudáveis. 

Suellen Marques, fisioterapeuta, prefere sucos durante o dia. “Eu gosto de suco natural, mas quando não dá tempo de fazer, recorro aos sucos de caixinha ou de polpa, sei que é errado.” A nutricionista Larissa diz que a polpa não é tão boa quanto parece. “Por ela ser batida, há perda de potencial nutricional. Não é nem pelo congelamento, mas porque quanto mais você bate uma fruta, menos orgânica ela fica, ou seja, as moléculas se desfazem, fazendo com que o valor nutricional se perca”, conclui. 

De acordo com Larissa, a maioria das pessoas não sabe fazer sucos, ou fazem de maneira errada por conta da correria do dia a dia. “O consumo deve ser imediato, senão o potencial mineral é perdido e, pode até provocar gases”, comenta a nutricionista. “As pessoas esquecem de tomar os sucos naturais. Não se pode fazer um suco e depois deixar horas na geladeira, ele perde o potencial mineral.” 

Para fazer um suco de qualidade, não basta jogar tudo no liquidificador e bater, segundo a chef e professora do curso de Sucos Revitalizantes da Kaza Chique, Margot Shalders. É preciso aproveitar todos os nutrientes e saber combiná-los. “Temos que aprender como os alimentos interagem no organismo para que não haja desperdício e nem problemas como gastrite e azia”, afirma. Nas aulas ministradas por ela, os alunos aprendem sete receitas diferentes que incluem até sucos só com legumes e verduras. “Diferentemente do que muitos pensam, o suco é mais que um complemento, ele pode substituir uma refeição leve [como lanche e ceia]”, diz.

Para aprender quais as melhores combinações, ela dá a dica: “procure unir frutas que se complementem. Misturar duas ou mais frutas é importante. O abacaxi é rico em fibras solúveis e ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue. A maçã tem ação diurética e ajuda a eliminar o excesso de sódio e água no corpo. Misturar esses dois ingredientes com o gengibre é bom para combater a celulite, hidrata e é ótimo nos dias quentes”, explica.

Aliar a alimentação às necessidades nutricionais de cada um pode ser simples. Na dúvida de que ingrediente usar consulte a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco), disponível no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), e conheça a diversidade nutricional de cada fruta.

Para aqueles que ainda preferem os industrializados, desde junho de 2009, o decreto 6.871 regulamenta e define que suco de fruta é apenas aquele que apresenta entre 60 e 100% de fruta em sua composição. O néctar, por sua vez, deve conter pelo menos 30% de polpa de fruta. No caso das frutas cítricas, é permitido um mínimo de 20%. Uma boa dica é sempre olhar a composição: o ingrediente que estiver à frente é aquele presente em maior quantidade no industrializado.

 Veja uma tabela de acordo com o decreto sobre a % de polpa existente.
 
SUCO
NÉCTAR
REFRESCOS
REFRIGERANTES
FRUTA
% de sucos/polpa da fruta
Uva
100%
30%
30%
10%
Manga
60%
40%
20%
5%
Mamão
60%
35%
20%
5%
Melão
100%
30%
20%
5%
Banana
*
30%
20%
5%
Laranja
100%
30%
30%
10%
Maçã
100%
30%
25%
5%
Frutas em geral
100%
30%
20%
até 10%
Fonte: Decreto nº. 6.871 de 4/06/2009.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Culinária e aprendizado para todos os gostos e idades

Em Brasília é possível encontrar cursos temáticos e de formação tecnológica


 
Cozinhar por hobby ou profissionalmente? Inventar novos pratos ou se ater ao básico? Incrementar ou criar um acompanhamento? Na hora de decidir aprofundar os conhecimentos na cozinha, o brasiliense encontra diversas opções. Desde cursos rápidos oferecidos por escolas de culinária a cursos técnicos de graduação em algumas faculdades do Distrito Federal.
 
 
A Nutrichef, por exemplo, possui um serviço integrado de nutrição e culinária, ministrando cursos e aulas de acordo com as indicações passadas pela nutricionista. São oferecidos, também, cursos para o público geral que vão desde ensinar a cozinhar, até o preparo de pratos para grupos específicos.
Já a Escola de Gastronomia de Brasília costuma realizar aulas e cursos temáticos, de curta duração. O mesmo acontece na Kaza Chique, empresa que comercializa produtos domésticos e oferece diversos cursos, não só de culinária, mas também de montagem de pratos e organização de ambiente para a refeição.
 
Cursos para todos os gostos e idades
 
"As pessoas, por terem mais acesso e consumirem coisas melhores, se tornaram mais exigentes dentro de casa também", aponta o chef Kaká Silva, um dos professores do Cookers Cozinha Criativa, empresa formada por Fernando Abdalla e Thaiza Pacheco. Além de workshops temáticos (risotos, aperitivos, petiscos, confeitaria básica, entre outros), eles trabalham com consultorias, serviços de personal chef, barmen e cursos de gastronomia molecular.
 
Apesar de assustar ao primeiro contato, o curso de gastronomia molecular não exige nenhum conhecimento avançado, apenas que a pessoa goste de cozinhar. O curso, que já está na terceira turma aqui em Brasília, ensina técnicas e prática, mas Thaiza faz uma ressalva: "É preciso ter equipamentos profissionais para a prática, embora algumas coisas você consiga fazer em casa".
 
Na cozinha, a idade não é um diferencial, nem mesmo um problema. Aos 15 anos, a estudante Flora Freitas já fez quatro minicursos e se prepara para prestar vestibular. O curso: gastronomia."Eu sempre gostei de ajudar minha mãe a cozinhar e ficava assistindo quando passava alguma coisa relacionada na televisão." Flora tinha 13 anos quando fez o primeiro curso, no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal - Senac."Era um curso de sopas e eu fiz junto com a minha mãe, mas o último que eu fiz foi o ‘Chef Teen’", conta a estudante.
 
Chef Teen é o nome de um curso oferecido pelo Senac, em várias unidades do país, para ensinar adolescentes a prepararem comidas saudáveis de forma independente. Aprender a tornar comidas cotidianas mais interessantes foi uma das motivações para que Flora decidisse fazer mais cursos. "Gosto de arrumar o prato de um jeito que dê vontade de comer", conta a estudante.
 
Graduação ou cursos específicos?
 
Andrei Linhares, 23, está prestes a se formar em cinema e mídias digitais e já pensa em partir para um curso tecnológico. Dessa vez, em gastronomia. "Acho que, no meu caso, o curso completo seria mais bem aproveitado, já que eu não sei exatamente com que tipo de cozinha eu me daria melhor", comenta. Para ele, que se diz indeciso, seria uma oportunidade de conhecer, de forma mais aprofundada, diversos aspectos do mundo gastronômico.
 
Mas as coisas não são assim tão simples. "Fazer o curso de gastronomia, que é bem específico e técnico não foi assim tão fácil", comenta Amanda Gomes, recém-formada na área. Segundo ela, o curso exige tempo para aprender e, até mesmo, decorar, embora muitas pessoas acreditem que cozinhar seja uma tarefa simples.
 
Embora com um objetivo específico – montar sua própria loja, dada a paixão pela confeitaria –, Amanda explica que se dedicou em todas as áreas. "O bom do curso é você aprender a inovar pratos simples, ter novas técnicas para preparar as receitas que você mais gosta", explica. Durante o curso, os alunos vão aprendendo a harmonizar pratos e bebidas para poder agradar cada público específico, seja ele formado por familiares e amigos ou por clientes.
 
Onde estudar?
 
Em Brasília algumas faculdades oferecem o curso para a formação de tecnólogo em Gastronomia. São elas: Iesb (tel.: 3340-3747), Universidade Católica de Brasília (tel.: 3356-9686), Uniceub (tel.: 3966-1200), Unip (tel.: 2192 - 7080), Unieuro (tel.: 3445-5838).
 
Além disso, os interessados nos cursos da Kaza Chique podem consultar os horários no site http://www.kazachique.com.brou ligar no telefone 3032-8002. No mês de setembro ainda serão realizados cursos de Frutos do Mar, Cupcakes, Molhos para Carnes e Filé Mignon.
Quem se interessou pela culinária molecular, o Cookers começa uma nova turma no dia 6 de outubro, com apenas 10 vagas. Mais informações no telefone 3033-8434.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Todo mundo pode cozinhar!

Com o acesso à internet ficou mais fácil aprimorar ou aprender novas receitas

 

O estudante Guilherme Monteiro, 21 anos, conseguiu cozinhar pela primeira vez com a ajuda da internet. Ele procurou um vídeo que ensinava passo a passo como preparar um risoto de camarão e, mesmo nunca tendo feito nada excepcional na cozinha, teve êxito com a receita. "Até hoje faço o risoto e todo mundo adora, a diferença é que agora uso diferentes tipos de carne para variar o cardápio. Como não tinha a mínima ideia de cozinha, acho que o vídeo foi importante, além de muito prático, para o sucesso do prato", conta o estudante.

Segundo relatório divulgado pela empresa Ibope NetRatings, o Brasil encerrou o ano de 2011 com 79,9 milhões de pessoas com acesso à internet – um crescimento de 8% em relação ao ano de 2010. Com o aumento do uso, as pessoas passaram a ser mais influenciadas e a procurar o meio online para encontrar os segredos culinários, que vão desde receitas de família até técnicas profissionais compartilhadas por usuários.

Assim como Guilherme, muitos aprendem a fazer receitas e alguns aprimoram as próprias técnicas com o uso da internet. Esse foi o caso de Poliana Lopes, 30 anos, que desde criança gosta das receitas de bolo que sua mãe lhe ensinou. Recentemente, percebeu a oportunidade de fazer negócios e passou a vender bolos. "Quando comecei a fazer as receitas da minha mãe para vender, uma amiga me pediu para fazer cupcakes para uma festa. Tive que procurar o ‘como fazer’ na internet, porque nem sabia o que eram", comenta. Hoje, dona da empresa Policake, aprimorou as receitas que aprendeu on-line e as incorporou em seus pedidos.

Camila Góis, 24 anos, mudou a rotina de casa usando a internet. Ela conta que passou a montar um cardápio, com receitas de sites, para a empregada cozinhar durante a semana. "Nunca tivemos tempo para ensinar os funcionários daqui de casa e, hoje em dia, o mercado de profissionais especializados em cozinhar está escasso e muito caro. Então, selecionamos vários pratos diferentes na internet e montamos um cardápio. É super prático", afirma. A funcionária na casa de Camila, Pastora do Santos, 45 anos, aprova a iniciativa: "Já aprendi a fazer vários tipos de risoto, e o bacalhau é um sucesso. Antes, era uma confusão".

O Técnico Profissional Gastronômico e coordenador de artes culinárias do Centro Educacional Superior de Brasília (Iesb), Sebastian Parasole,40 anos, diz que o uso da internet é interessante para aquele que quer ter uma base culinária de amador, mas que é preciso repetir várias vezes a mesma receita para fazer um bom prato. "Como ferramenta, é ótima. Quem procura receitas pela internet sabe que o primeiro prato vai sair de um jeito e o último vai ser superior ao primeiro. É um meio para se publicar, é preciso pôr em prática", afirma o técnico gastronômico.

Mobilidade nas receitas

Além de vídeos publicados na rede, outras ferramentas são usadas para aprender a cozinhar, como os aplicativos disponíveis para celulares e tablet. São mais de 54 aplicativos sobre o tema. Entre os 10 mais vendidos na lista geral da Apple Store está o Recipes, que permite ao usuário montar o seu próprio caderninho de receitas nos aparelhos. Se um iniciante tem dificuldades para executar as instruções de uma receita, o Photo CookBook traz fotos de cada etapa, desde os ingredientes.

Leandro Bernardes, 26 anos, montou uma pasta específica para cozinha no celular. Entre os mais de 140 aplicativos no aparelho do administrador, 10 são sobre o tema. "Tenho aplicativos para pesquisa, dois para postar e compartilhar as receitas criadas e, entre outros, um que cria uma lista de compras com os ingredientes do prato que você vai fazer. Os aplicativos para o meio culinário são interessantes para as pessoas que moram sozinhas", afirma Leandro, que precisou dos aplicativos quando saiu de casa. Ele acredita que a tecnologia tem ajudado a aproximar as pessoas da cozinha. "Dá para fazer a nossa mistura, usando a criatividade e fazendo a própria receita", complementa.