quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Todo mundo pode cozinhar!

Com o acesso à internet ficou mais fácil aprimorar ou aprender novas receitas

 

O estudante Guilherme Monteiro, 21 anos, conseguiu cozinhar pela primeira vez com a ajuda da internet. Ele procurou um vídeo que ensinava passo a passo como preparar um risoto de camarão e, mesmo nunca tendo feito nada excepcional na cozinha, teve êxito com a receita. "Até hoje faço o risoto e todo mundo adora, a diferença é que agora uso diferentes tipos de carne para variar o cardápio. Como não tinha a mínima ideia de cozinha, acho que o vídeo foi importante, além de muito prático, para o sucesso do prato", conta o estudante.

Segundo relatório divulgado pela empresa Ibope NetRatings, o Brasil encerrou o ano de 2011 com 79,9 milhões de pessoas com acesso à internet – um crescimento de 8% em relação ao ano de 2010. Com o aumento do uso, as pessoas passaram a ser mais influenciadas e a procurar o meio online para encontrar os segredos culinários, que vão desde receitas de família até técnicas profissionais compartilhadas por usuários.

Assim como Guilherme, muitos aprendem a fazer receitas e alguns aprimoram as próprias técnicas com o uso da internet. Esse foi o caso de Poliana Lopes, 30 anos, que desde criança gosta das receitas de bolo que sua mãe lhe ensinou. Recentemente, percebeu a oportunidade de fazer negócios e passou a vender bolos. "Quando comecei a fazer as receitas da minha mãe para vender, uma amiga me pediu para fazer cupcakes para uma festa. Tive que procurar o ‘como fazer’ na internet, porque nem sabia o que eram", comenta. Hoje, dona da empresa Policake, aprimorou as receitas que aprendeu on-line e as incorporou em seus pedidos.

Camila Góis, 24 anos, mudou a rotina de casa usando a internet. Ela conta que passou a montar um cardápio, com receitas de sites, para a empregada cozinhar durante a semana. "Nunca tivemos tempo para ensinar os funcionários daqui de casa e, hoje em dia, o mercado de profissionais especializados em cozinhar está escasso e muito caro. Então, selecionamos vários pratos diferentes na internet e montamos um cardápio. É super prático", afirma. A funcionária na casa de Camila, Pastora do Santos, 45 anos, aprova a iniciativa: "Já aprendi a fazer vários tipos de risoto, e o bacalhau é um sucesso. Antes, era uma confusão".

O Técnico Profissional Gastronômico e coordenador de artes culinárias do Centro Educacional Superior de Brasília (Iesb), Sebastian Parasole,40 anos, diz que o uso da internet é interessante para aquele que quer ter uma base culinária de amador, mas que é preciso repetir várias vezes a mesma receita para fazer um bom prato. "Como ferramenta, é ótima. Quem procura receitas pela internet sabe que o primeiro prato vai sair de um jeito e o último vai ser superior ao primeiro. É um meio para se publicar, é preciso pôr em prática", afirma o técnico gastronômico.

Mobilidade nas receitas

Além de vídeos publicados na rede, outras ferramentas são usadas para aprender a cozinhar, como os aplicativos disponíveis para celulares e tablet. São mais de 54 aplicativos sobre o tema. Entre os 10 mais vendidos na lista geral da Apple Store está o Recipes, que permite ao usuário montar o seu próprio caderninho de receitas nos aparelhos. Se um iniciante tem dificuldades para executar as instruções de uma receita, o Photo CookBook traz fotos de cada etapa, desde os ingredientes.

Leandro Bernardes, 26 anos, montou uma pasta específica para cozinha no celular. Entre os mais de 140 aplicativos no aparelho do administrador, 10 são sobre o tema. "Tenho aplicativos para pesquisa, dois para postar e compartilhar as receitas criadas e, entre outros, um que cria uma lista de compras com os ingredientes do prato que você vai fazer. Os aplicativos para o meio culinário são interessantes para as pessoas que moram sozinhas", afirma Leandro, que precisou dos aplicativos quando saiu de casa. Ele acredita que a tecnologia tem ajudado a aproximar as pessoas da cozinha. "Dá para fazer a nossa mistura, usando a criatividade e fazendo a própria receita", complementa.

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